Wednesday, May 23, 2007

Até amanhã

“Até amanha?” ela me perguntou

e senti a incerteza de uma frase que termina

com um ponto de interrogação.

E se o amanhã nunca vim, até quando então?

Quantos amanhãs levam para que esta esperança

se converta em realização?

Quantos ontem hei de contar

até que o passado ao presente se deixe entregar?

E quantas noites cegas dormirei de olhos fechados

para que estas constelações estrangeiras passem,

e o amanhecer de todos os lados

faça com que belezas brasileiras rebrotem?

perguntas duras

É uma luta constante, a vida que é composta de paradoxos. Estou na situação peculiar de minha família confiar muitas coisas para mim...uma educação ridiculosamente cara e outros bens materiais e tudo aquilo que é importante para o estilo americano de vida. Mas a falta daquilo que é mais precioso é o que mais me perturba neste momento... o fato de que minha família não confia em mim. Conseguem confiar e dar muitas coisas para mim, mais o quê vale isso se não confiarem em mim mesmo? Poderia minha autoconfiança compensar por esse fato duro? Eu quero chegar aonde eles estão na vida... espere aí, será que é isso mesmo que eu quero?

Wednesday, May 16, 2007

tudo será feito novo

I'd like to start here with some sort of explanation, you know, a cause, a reason. Something meaningful. The one thing I find most troubling and constraining in a relationship is when you are forced to do an inventory or explanation of sorts of the meaningful things you've done for the other person...to quantify or justify it in a sense, almost as if those things never happened in the first place. That is, the process of identifying those moments in order to bolster one side of an argument renders them as done in vain. Perhaps I find it troubling because I personally don't fulfill those expectations, at least never looking at it from the assembly line type of perspective. Doesn't that realization sum up life pretty well? A circular series, a labyrinth of missed opportunities and unfulfilled expectations. The fact that we don't realize our potential every minute reminds us that we have room yet to grow. Does it mean that we'll never realize that potential? Not necessarily. In this life? If not in this then in the next. If we accomplished it in this life why would there be another one to come? What is the meaning of it all? How?

Eu pretendo trocar aqui entre o Inglês e o Português, e de necessidade mesmo. O título, o nome de uma coisa é algo bem significante...como melhor achar o significado de alguma coisa do que pelo seu próprio nome. Pelo menos ganhamos uma idéia geral, e as vezes mais que isso. Podemos até descobrir um significado profundo aonde todo mundo deixa-se distrair ou presta atenção a outras coisas "mais profundas", não sabendo que existe a possibilidade de achar profundeza na própria superfície. O ato mesmo de criação começa sempre com esse título ou nome próprio que, não sei como, pretende ditar ou pelo menos influenciar o resto da existência dessa entidade. Através de conhecimento de línguas podemos nos aprofundar um pouco mais nesse oceano invisível de signficado que cobre o mundo ao nosso redor. Graças a wikipedia, posso citar algumas coisas chave para o nome e o propósito desse blog:

"Trovador, na lírica medieval, era o artista de origem nobre do sul da França que, geralmente acompanhado de instrumentos musicais, como o alaúde ou a cítola, compunha e entoava cantigas.

Entre as cantigas criadas pelos trovadores, destacou-se a Cantiga da Ribeirinha, escrita por Pai Soares de Taveirós, por ter sido a primeira canção a passar da oralidade para a escrita."

"No Rio Grande do Sul, Brasil, "trovador" pode ser usado como uma gíria para um rapaz que tem lábia com garotas, ou então um eufemismo para mentiroso."

"Outra peculiaridade das gaitas-de-fole é por integrarem o restrito grupo de instrumentos de ar os quais tocam continuamente, de forma mecânica, sem necessidade de pausa para o músico respirar."

Gosto muito dessas pinturas:


O instrumento inserido no contexto popular na Idade Média.
O instrumento inserido no contexto popular na Idade Média.

No final do século XVII, o instrumento ainda gozava de admiração entre as elites.
No final do século XVII, o instrumento ainda gozava de admiração entre as elites.

Típica cena da Natividade, em que um gaiteiro figura-se ao fundo.
Típica cena da Natividade, em que um gaiteiro figura-se ao fundo.

É isso mesmo, gente! Você esperava o quê, uma harpista? Não, não...esses eram músicos da rua ao lado dos anjos. E os instruídos, os treinados, eruditos deviam ter sido distraídos.

A última coisa:

"Diferentes modelos de gaitas-de-fole estiveram intimamente ligados à religiosidade ao longo dos séculos. Registros medievais trazem-nos a associação desses a festividades, cultos, peregrinações e procissões. Isso se deve muito pelo fato de diversas comunidades pastoris apresentarem fortes crenças religiosas, meio em que as gaitas-de-fole eram mais populares. Ademais, igrejas européias de diferentes períodos apresentam esculturas e pinturas de anjos a tocar gaitas-de-fole, em parte por iniciativa dos próprios artesãos e alvineiros -- os quais em grande parte tinham contato com o instrumento.

Apesar disso, com a ascensão doutro aerofone – o órgão de tubos – e o vínculo arraigado das gaitas com festividades folclóricas e populares, vincularam-na cada vez mais a uma imagem pagã, sendo prescrita em diferentes momentos da história em diferentes localidades, especialmente por religiões cristãs. A Reforma Protestante, de John Knox, é um exemplo de como a imagem do instrumento foi alterando-se com o tempo: tocar gaita-de-fole passou a ser um pecado na Escócia do século XVI."


Pois é... muito tem mudado desde aqueles dias da segunda grau quando a gente escrevia na diaryland. A idéia de blog dá muita esperança para mim nesse momento. Espero que continue a ser assim. Vou tentar explicar tudo, dá um tempinho só e eu prometo que vai entender melhor. Eu tenho que descobrir como as palavras jazem de baixo do mundo visível e como elas servem de alicerce do mesmo.